domingo, 17 de agosto de 2014

Tristes tempos estes nos quais a alegria é obrigatória




Arte de  Nikolay Stoev


"Pule, pule, saia do chão é a ordem nesses tempos em que vivemos uma epidemia festiva.
Tristes tempos estes nos quais a alegria é obrigatória. Nada é suficiente. Mais, mais, mais, só paramos na exaustão, ou quando um acidente nos para. Mais, vamos, além do limite, não há limite. Talvez o céu para os piedosos; o inferno, para a maioria. 

Se a balada está lotada, mais, empurrem, sufoquem. Se a garrafa acabou, mais, vamos, bebam, brindem, festejem. Se o carro está rápido, mais, depressa, corram, não importa a estrada. 

Se alguém lhes chateia, deletem. Se o curso está aborrecido, mudem. Se o livro é grosso, saltem as páginas.

Se o amor não corresponde, desamem imediatamente.

A ordem é uma só: prazer a todo custo, inconsequente, superficial, fugaz, mas prazer.


(...)E agora, como suportar essa época de folia obrigatória, de excesso, de desmedidas?"

Jorge Forbes

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