Arte de Nikolay Stoev
"Pule, pule, saia do chão é a ordem nesses tempos em que
vivemos uma epidemia festiva.
Tristes tempos estes nos quais a alegria é obrigatória. Nada
é suficiente. Mais, mais, mais, só paramos na exaustão, ou quando um acidente
nos para. Mais, vamos, além do limite, não há limite. Talvez o céu para os
piedosos; o inferno, para a maioria.
Se a balada está lotada, mais, empurrem, sufoquem. Se a
garrafa acabou, mais, vamos, bebam, brindem, festejem. Se o carro está rápido,
mais, depressa, corram, não importa a estrada.
Se alguém lhes chateia, deletem. Se o curso está aborrecido,
mudem. Se o livro é grosso, saltem as páginas.
Se o amor não corresponde, desamem imediatamente.
A ordem é uma só: prazer a todo custo, inconsequente,
superficial, fugaz, mas prazer.
(...)E agora, como suportar essa época de folia obrigatória,
de excesso, de desmedidas?"
Jorge Forbes
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