Arte de Danny Hahlbohm
Há alguns anos, um buscador aproximou-se de um
Mestre da Arte Real (um verdadeiro Místico) e perguntou-lhe:
- Mestre, gostaria muito de saber por que razão
os seres humanos guerreiam-se e por que não conseguem entender-se, por mais que
apregoem estar buscando a Paz e o entendimento, por mais que apregoem o Amor e
por mais que afirmem abominar o Ódio.
- Essa é uma pergunta muito séria. Gerações e
gerações a têm feito e não conseguiram uma resposta satisfatória, por não se
darem conta de que tudo é uma questão de nível evolutivo. A grande maioria da
Humanidade do Planeta Terra está vivendo atualmente no nível 1. Muitos outros,
no nível 2 e alguns outros no nível 3. Essa é a grande maioria. Alguns poucos
já conseguiram atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5, raríssimos o nível 6
e somente de mil em mil anos aparece algum que atingiu o nível 7.
- Mas, Mestre, que níveis são esses?
- Não adiantaria nada
explicá-los, pois além de não entender, também, logo em seguida, você os
esqueceria e esqueceria também a explicação.
Assim, prefiro levá-lo numa viagem mental, para
realizar uma série de experimentos e aí, então, tenho certeza, você vivenciará
e saberá exatamente o que são esses níveis, cada um deles, nos seus mínimos
detalhes.
Colocou, então, as pontas de dois dedos na testa
do consulente e, imediatamente, ambos estavam em um outro local, em outra
dimensão do Espaço e do Tempo.
O local era uma espécie de bosque, e um homem se
aproximava deles. Ao chegar mais perto, disse-lhe o Mestre:
- Dê-lhe um tapa no rosto.
- Mas por quê? Ele não me fez nada…
- Faz parte do experimento. Dê-lhe um tapa, não
muito forte, mas dê-lhe um tapa!
E o homem aproximou-se mais do Mestre e do
consulente. Este, então, chegou até o homem, pediu-lhe que parasse e, sem
nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou.
Imediatamente, como se fosse feito de mola, o desconhecido revidou com uma saraivada de socos e o consulente foi ao chão, por causa do inesperado do ataque.
Instantaneamente, como num passe de mágica, o Mestre e o consulente já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro e outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:
Imediatamente, como se fosse feito de mola, o desconhecido revidou com uma saraivada de socos e o consulente foi ao chão, por causa do inesperado do ataque.
Instantaneamente, como num passe de mágica, o Mestre e o consulente já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro e outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:
- Agora, você já sabe como reage um homem do
nível 1. Não pensa. Age mecanicamente. Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa
maneira e esse aprendizado é tudo para ele, é o que norteia sua vida, é sua
“muleta”. Agora, você testará da mesma maneira, o nosso companheiro que vem aí,
do nível 2.
Quando o homem se aproximou, o consulente pediu
que parasse e lhe deu um tapa. O homem ficou assustado, olhou para o
consulente, mediu-o de cima a baixo e, sem dizer nada, revidou com um tapa, um
pouco mais forte.
Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao primeiro.
Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao primeiro.
- Agora, você já sabe como reage um homem do
nível 2. Pensa um pouco, analisa superficialmente a situação, verifica se está
à altura do adversário e aí, então, revida. Se se julgar mais fraco, não
revidará imediatamente, pois irá revidar à traição. Ainda é carregado pelo
mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do nível 1. Só que analisa um pouco
mais as coisas e fatos da vida. Entendeu? Repita o mesmo com esse aí que vem
chegando.
A cena repetiu-se. Ao receber o tapa, o homem parou, olhou para o consulente e assim falou:
- O que é isso, moço?… Mereço uma explicação, não
acha? Se não me explicar direitinho por que razão me bateu, vai levar uma
surra!
Estou falando sério!
Estou falando sério!
- Eu e o Mestre estamos realizando uma série de
experimentos e este experimento consta exatamente em fazer o que fiz, ou seja,
bater nas pessoas para ver como reagem.
- E querem ver como reajo?
- Sim. Exatamente isso…
- Já reparou que não tem sentido?
- Como não? Já aprendemos ótimas lições com as
reações das outras pessoas. Queremos saber qual a lição que você irá nos
ensinar…
- Ainda não perceberam que isso não faz sentido?
Por que agredir as pessoas assim, gratuitamente?
- Queremos verificar – interferiu o Mestre – as
reações mais imediatas e primitivas das pessoas. Você tem alguma sugestão ou consegue
atinar com alguma alternativa?
- De momento, não me ocorre nenhuma. De uma
coisa, porém, estou certo: – Esse teste é muito bárbaro, pois agride os outros.
Estou, realmente, muito assustado e chocado com essa ação de vocês, que parecem
pessoas inteligentes e sensatas. Certamente, deverá haver algo menos agressivo
e mais inteligente. Não acham?
- Enfim – perguntou o buscador – como você vai
reagir? Vai revidar?
Ou vai nos ensinar uma outra maneira de conseguir aprender o que desejamos?
- Já nem sei se continuo discutindo com vocês,
pois acho que estou perdendo meu tempo. São dois malucos e tenho coisas mais
importantes para fazer do que ficar conversando com dois malucos. Afinal, meu
tempo é precioso demais e não vou desperdiçá-lo com vocês. Quando encontrarem
alguém que não seja tão sensato e paciente como eu, vão aprender o que é
agredir gratuitamente as pessoas. Que outro, em algum outro lugar, revide por
mim. Não vou nem perder meu tempo com vocês, pois não merecem meu esforço… São
uns perfeitos idiotas… Imagine só, dar tapas nos outros… Besteira… Idiotice…
Falta do que fazer… E ainda querem me convencer de que estão buscando
conhecimento… Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas! Uns charlatães!
Imediatamente, aquela cena apagou-se e já se encontravam
em outro luar, muito semelhante a todos os outros. Então, o Mestre comentou:
- Agora, você já sabe como age o homem do nível
3. Gosta de analisar a situação, discutir os pormenores, criticar tudo, mas não
apresenta nenhuma solução ou alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas”
que os outros dois anteriores também usavam. Prefere deixar tudo “pra lá”, pois
“não tem tempo” para se aborrecer com a ação, que prefere deixar para os
“outros”. É um erudito e teórico que fala muito, mas que age muito pouco e não
apresenta nenhuma solução para nenhum problema, a não ser a mais óbvia e assim
mesmo, olhe lá… É um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que se julga o
“Dono da Verdade”, que se acha muito “entendido” e que reclama de tudo e só
sabe criticar. É o mais perigoso de todos, pois costuma deter cargos de
comando, por ser, geralmente, portador de algum diploma universitário em nível
de bacharel (mais uma outra “muleta”) e se pavoneia por isso. Possui instrução
e muita erudição. Já consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas,
mas é somente isso. Ainda precisa das “muletas” para continuar vivendo, mas
começa a perceber que talvez seja melhor andar sem elas. No entanto, por
“preguiça vital” e simples falta de força de vontade, prefere continuar a
utilizá-las. De resto, não passa de um medíocre enfatuado que sabe apenas
argumentar e tudo criticar. Vamos, agora, saber como reage um homem do nível 4.
Faça o mesmo com esse que aí vem.
E a cena repetiu-se.
O caminhante olhou para o buscador e perguntou:
- Por que você fez isso? Eu fiz alguma coisa
errada? Ofendi você de alguma maneira? Enfim, gostaria de saber por que motivo
você me bateu. Posso saber?
- Não é nada pessoal. Eu e o Mestre estamos
realizando um experimento para aprender qual será a reação das pessoas diante
de uma agressão imotivada.
- Pelo visto, já realizaram este experimento com
outras pessoas. Já devem ter aprendido muito a respeito de como reagem os seres
humanos, não é mesmo?
- É… Estamos aprendendo um bocado. Qual será sua
reação? O que pensa de nosso experimento? Tem alguma sugestão melhor?
- Hoje, vocês me ensinaram uma nova lição e estou
muito satisfeito com isso e só tenho a agradecer por me haverem escolhido para
participar deste seu experimento. Apenas acho que vocês estão correndo o risco
de encontrar alguém que não consiga entender o que estão fazendo e revidar à
agressão. Até chego a arriscar-me a afirmar que vocês já encontraram esse tipo
de pessoa, não é mesmo? Mas também se não corrermos algum risco na vida, nada,
jamais, poderá ser conseguido, em termos de evolução. Sob esse ponto de vista,
a metodologia experimental que vocês imaginaram é tão boa como outra qualquer.
Já encontraram alguém que não entendesse o que estão a fazer e igualmente
reações hostis, não é mesmo? Por outro lado, como se trata de um aprendizado,
gostaria muito de acompanhá-los para partilhar desse aprendizado.
Aceitar-me-iam como companheiro de jornada? Gostaria muito de adquirir novos
conhecimentos. Posso ir com vocês?
- E se tudo o que dissemos for mentira? E se
estivermos mal-intencionados? – perguntou o Mestre – Como reagiria a isso?
- Somente os loucos fazem coisas sem uma razão
plausível. Sei, muito bem, distinguir um louco de um são e, definitivamente,
tenho a mais cristalina das certezas de que vocês não são loucos. Logo, alguma
razão vocês deverão ter para estarem agredindo gratuitamente as pessoas. Essa
razão que me deram é tão boa e plausível como qualquer outra. Seja ela qual
for, gostaria de seguir com vocês para ver se minhas conjecturas estão certas,
ou seja, de que falaram a verdade e, se assim o for, compartilhar da
experiência de vocês. Enfim, desejo aprender cada vez mais, e esta é uma boa
ocasião para isso. Não acham?
Instantaneamente, tudo se desfez e logo estavam
em outro ambiente, muito semelhante aos anteriores. O Mestre assim comentou:
- O homem do nível 4 já está bem distanciado e se
desligando gradativamente dos afazeres mundanos. Já sabe que existem outros
níveis mais baixos e outros mais elevados e está buscando apenas aprender mais
e mais para evoluir, para tornar-se um sábio. Não é, em absoluto um erudito
(embora até mesmo possa possuir algum diploma universitário) e já compreende
bem a natureza humana para fazer julgamentos sensatos e lógicos. Por outro
lado, possui uma curiosidade muito grande e uma insaciável sede de
conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas “muletas” há muito pouco
tempo, talvez há um mês ou dois. Ainda sente falta delas, mas já compreendeu
que o melhor mesmo é viver sem elas. Dentro de muito pouco tempo, só mais um
pouco de tempo, talvez mais um ano ou dois, assim que se acostumar, de fato, a
sequer pensar nas muletas, estará realmente começando a trilhar o caminho certo
para os próximos níveis. Mas vamos continuar com o nosso aprendizado. Repita o
mesmo com este homem que aí vem, e vamos ver como reage um homem do nível 5.
O tapa estalou.
- Filho meu… Eu bem o mereci por não haver logo
percebido que estavas necessitando de ajuda. Em que te posso ser útil?
- Não entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai
reagir?
- Na verdade, cada agressão é um pedido de ajuda.
Em que te posso ajudar, filho meu?
- Estamos dando tapas nas pessoas que passam,
para conhecermos suas reações. Não é nada pessoal…
- Então, é nisso que te posso ajudar?
Ajudar-te-ei com muita satisfação pedindo-te perdão por não haver logo
percebido que desejas aprender. É meritória tua ação, pois o saber é a coisa
mais importante que um ser humano pode adquirir. Somente por meio do saber é
que o homem se eleva. E se estás querendo aprender, só tenho elogios a te
oferecer. Logo aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar
desinteressadamente as pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste
momento. Ainda terás um longo caminho pela frente, mas se desejares, posso ser
o teu guia nos passos iniciais e te poupar de muitos transtornos e dissabores.
Sinto-me perfeitamente capaz de guiar-te nos primeiros passos e fazer-te chegar
até onde me encontro. Daí para diante, faremos o restante do aprendizado
juntos. O que achas da proposta? Aceitas-me como teu guia?
Instantaneamente, a cena se desfez e logo se
viram em outro caminho, um pouco mais agradável do que os demais, e o Mestre
assim se expressou:
- Quando um homem atinge o nível 5, começa a entender
que a Humanidade, em geral, digamos, o homem comum, é como uma espécie de
adolescente que ainda não conseguiu sequer se encontrar e, por esse motivo,
como todo e qualquer bom adolescente, é muito inseguro e, devido a essa
insegurança, não sabe como pedir ajuda e agride a todos para chamar atenção
sobre si mesmo e pedir, então, de maneira velada e indireta, a ajuda de que
necessita. O homem do nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar
a todos desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais. É como se fosse uma
Irmã Dulce, um Chico Xavier ou uma Madre Teresa de Calcutá da vida. Sabe ser
humilde e reconhece que ainda tem muito a aprender para atingir níveis
evolutivos mais elevados. E deseja partilhar gratuitamente seus conhecimentos com
todos os seres humanos. Compreende que a imensa maioria dos seres humanos usa
“muletas” diversas e procura ajudá-los, dando-lhes exatamente aquilo que lhe é
pedido, de acordo com a “muleta” que estão usando ou com o que lhes é mais
acessível no nível em que se encontram. A partir do nível 5, o ser humano
adquire a faculdade de perceber em qual nível o seu interlocutor se encontra.
Agora, dê um tapa nesse homem que aí vem. Vamos ver como reage o homem do nível
6.
E o buscador iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu rosto. Jamais entenderá como o outro, com um movimento quase instantâneo, desviou-se e a sua mão atingiu apenas o vazio.
- Meu filho querido! Por que você queria ferir-se
a si mesmo? Ainda não aprendeu que agredindo os outros você estará agredindo a
si mesmo? Você ainda não conseguiu entender que a Humanidade é um organismo
único e que cada um de nós é apenas uma pequena célula desse imenso organismo?
Seria você capaz de provocar, deliberadamente, em seu corpo, um ferimento que
vai doer muito e cuja cicatrização orgânica e psíquica vai demorar e causará
muito sofrimento inútil?
- Mas estamos realizando um experimento para
descobrir qual será a reação das pessoas a uma agressão gratuita.
- Por que você não aprende primeiro a amar? Por
que, em vez de dar um tapa, não dá um beijo nas pessoas? Assim, em lugar de
causar-lhes sofrimento, estará demonstrando Amor. E o Amor é a Energia mais
poderosa e sublime do Universo. Se você aprender a lição do Amor, logo poderá
ensinar Amor para todas as outras células da Humanidade, e tenho a mais
concreta certeza de que, em muito pouco tempo, toda a Humanidade será um imenso
organismo amoroso que distribuirá Amor por todo o planeta e daí, por extensão,
emitirá vibrações de Amor para todo o Universo. Eu amo a todos como amo a mim
mesmo. No instante em que você compreender isso, passará a amar a si mesmo e a
todos os demais seres humanos da mesma maneira e terá aprendido a Regra de Ouro
do Universo: – Tudo é Amor! A vida é Amor! Nós somos centelhas de Amor! E por
tanto amar você, jamais poderia permitir que você se ferisse, agredindo a mim.
Se você ama uma criança, jamais permitirá que ela se machuque ou se fira,
porque ela ainda não entende que se agir de determinada maneira perigosa irá
ferir-se e irá sofrer. Você a amparará, não é mesmo? Você deverá aprender, em
primeiro lugar, a Lição do Amor, a viver o Amor em toda sua plenitude, pois o
Amor é tudo e, se você está vivo, deve sua vida a um Ato de Amor. Pense nisso,
medite muito sobre isso. Dê Amor gratuitamente. Ensine Amor com muito Amor e
logo verá como tudo a seu redor vai ficar mais sublime, mais diáfano, pois você
estará flutuando sob os influxos da Energia mais poderosa do Universo, que é o
Amor. E sua vida será sublime…
Instantaneamente, tudo se desfez e se viram em
outro ambiente, ainda mais lindo e repousante do que este último em que
estiveram. Então o Mestre falou:
- Este é um dos níveis mais elevados a que pode
chegar o Ser Humano em sua senda evolutiva, ainda na Matéria, no Planeta Terra.
Um homem que conseguiu entender o que é o Amor, já é um Homem Sublime, Inefável
e quase Inatingível pelas infelicidades humanas, pois já descobriu o Começo da
Verdade, mas ainda não a conhece em toda sua Plenitude, o que só acontecerá
quando atingir o nível 7. Logo você descobrirá isso. Dê um tapa nesse homem que
aí vem chegando.
E o buscador pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.
- Bata nele! – ordenou o Mestre.
- Não posso, Mestre, não posso…
- Bata nele! Faça um grande esforço, mas terá que
bater nele! Nosso aprendizado só estará completo se você bater nele! Faça um
grande esforço e bata! Vamos! Agora!
- Não, Mestre. Sua simples presença já é
suficiente para que eu consiga compreender a futilidade de lhe dar um tapa.
Prefiro dar um tapa em mim mesmo. Nele, porém, jamais!
- Bate-me – disse o Homem com muita firmeza e
suavidade – pois só assim aprenderás tua lição e saberás finalmente, porque
ainda existem guerras na Humanidade.
- Não posso… Não posso… Não tem o menor sentido
fazer isso…
- Então – tornou o Homem – já aprendeste tua
lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou para ti? Reflete um pouco
e me responde.
- Acho que foram os três primeiros, do nível 1 ao
nível 3. Os outros apenas a ilustraram e a complementaram. Agora, compreendo o
quão atrasados eles estão e o quanto ainda terão que caminhar na senda
evolutiva para entender esse fato. Sinto por eles uma compaixão muito profunda.
Estão de “muletas” e não sabem disso. E o pior de tudo é que não conseguem
perceber que é até muito simples e muito fácil abandoná-las e que, no preciso
instante em que a s abandonarem, começarão a progredir. Era essa a lição que eu
deveria aprender?
- Sim, filho meu. Essa é apenas uma das muitas
facetas do Verdadeiro Aprendizado. Ainda terás muito que aprender, mas já
aprendeste a primeira e a maior de todas as lições. Existe a Ignorância! –
volveu o Homem com suavidade e convicção – Mas ainda existem outras coisas mais
que deves ter aprendido. O que foi?
- Aprendi, também, que é meu dever ensiná-los
para que entendam que a vida está muito além daquilo que eles julgam ser muito
importante – as suas “muletas” – e também sua busca inútil e desenfreada por
sexo, status social, riquezas e poder. Nos outros níveis, comecei a entender
que para se ensinar alguma coisa para alguém é preciso que tenhamos aprendido
aquilo que vamos ensinar. Mas isso é um processo demorado demais, pois todo
mundo quer tudo às pressas, imediatamente…
- A Humanidade ainda é uma criança , mal acabou
de nascer, mal acabou de aprender que pode caminhar por conta própria, sem
engatinhar, sem precisar usar “muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer
tudo às pressas e medir tudo pela duração de nossas vidas individuais. O
importante é que compreendamos que o tempo deve ser contado em termos cósmicos,
universais. Se assim o fizermos, começaremos, então, a entender que o Universo
é um organismo imenso, ainda relativamente novo e que também está fazendo seu
aprendizado por intermédio de nós – seres vivos conscientes e inteligentes que
habitamos planetas disseminados por todo o Espaço Cósmico. Nossa vida
individual só terá importância, mesmo, se conseguirmos entender e vivenciar,
este conhecimento, esta grande Verdade: – Somos todos uma imensa equipe
energética atuando nos mais diversos níveis energéticos daquilo que é conhecido
como Vida e Universo, que, no final das contas, é tudo a mesma coisa.
- Mas sendo assim, para eu aprender tudo de que
necessito para poder ensinar aos meus irmãos, precisarei de muito mais que uma
vida. Ser-me-ão concedidas mais outras vidas, além desta que agora estou
vivendo?
- Mas ainda não conseguiste vislumbrar que só
existe uma única Vida e tu já a estás vivendo há milhões e milhões de anos e
ainda a viverás por mais outros tantos milhões, nos mais diversos níveis? Tu já
foste energia pura, átomo, molécula, vírus, bactéria, enfim, todos os seres que
já apareceram na escala biológica. E tu ainda és tudo isso. Compreende, filho
meu, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
- Mas mesmo assim, então, não terei tempo, neste
momento atual de minha manifestação no Universo, de aprender tudo o que é
necessário ensinar aos meus irmãos que ainda se encontram nos níveis 1, 2 e 3.
- E quem o terá jamais, algum dia? Mas isso não
tem a menor importância, pois tu já estás a ensinar o que aprendeste, nesta
breve jornada mental. Já aprendeste que existem 7 níveis evolutivos possíveis
aos seres humanos, aqui, agora, neste Planeta Terra. O Autor deste conto
conseguiu transmiti-lo, há alguns milênios, através da Tradição Oral, durante
muitas e muitas gerações. O Autor deste trabalho, ao ler esse conto, há muitos
anos atrás, também aprendeu a mesma lição e agora a está transmitindo para
todos aqueles que vierem a lê-lo e, no final, alguns desses leitores, um dia,
ensinarão essa mesma lição a outros irmãos humanos. Compreendes, agora, que não
será necessário mais do que uma única vida como um ser humano, neste Planeta
Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir esse conhecimento a todos
os seres humanos, nos próximos milênios vindouros? É só uma questão de tempo,
não concordas, filho meu?
Agora, se quem deste aprendizado tomar
conhecimento e, assim mesmo, não desejar progredir, não quiser deixar de lado
as “muletas” que está usando ou não quiser aceitar essa verdade tão
cristalina, o problema e a responsabilidade já não serão mais teus. Tu e todos
os demais que estão transmitindo esse conhecimento já cumpriram as suas partes.
Que os outros, os que dele estão tomando conhecimento, cumpram as suas. Para
isso são livres e possuem o discernimento e o livre-arbítrio suficientes para
fazer suas escolhas e nada tens com isso. Entendeste, filho meu?
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