sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

cada um pode - e deve - ser o que é, e ninguém tem nada com isso.

 Arte de Jim M. Berberich

“As pessoas, é engraçado como eu gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar ao seu lado, de saber suas tristezas, suas vidas. Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua estreiteza, de sua mesquinhez. Depois, penso que eu não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode - e deve - ser o que é, e ninguém tem nada com isso. Em seguida minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas podem fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não enxergam, não sabem como são; ou se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem.”

Caio Fernando Abreu in: Limite Branco

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