segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Viro doida ou Santa? os dois!


Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhes diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 16

Se a verdade pode parecer perturbadora para quem fala, é extremamente libertadora para quem ouve. É como se uma mão gigantesca varresse num segundo todas as nossas dúvidas. Finalmente, se sabe.


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 58


Que eu nunca aceite a idéia de que a maturidade exige um certo conformismo.
Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar.


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 72


Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.

Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.

Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor.

Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo.

Me permitir ser um pouco insignificante.


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 72






“...Contemplar um lago, rever um amigo, rezar para seu próprio Deus, ver um filho crescer, perdoar, gostar de si mesmo: tudo isso é gigantesco pra quem ainda sabe sentir."

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 90



Eu faço todo o possível para  respeitar a opinião e o gosto alheios. Ainda não cheguei à tolerância total, mas tenho feito progressos

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 91

Podemos, claro, amadurecer, ficar mais leves, lidar com nossas fraquezas com mais bom humor, mas suprimi-las para sempre? Sem chance. No máximo, trocamos alguns problemas por outros.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 94


A felicidade há muito deixou de se concentrar na trinca amor-saúde-dinheiro: agora é popularidade-sexo-e-muito-muito-muito-dinheiro. Quem tem uma vida modesta se frusta: conclui que é uma pessoa que não existe, que não conta, que não vale . E resolve dar o seu recado na marra.
Impossível esse relato não soar dramático, mas irreal não é. A vida mudou. E temos alguma responsabilidade nisso, não somos apenas vítimas, mas cúmplices.


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 141



Está mais do que na hora de ficarmos mais perto de nosso filhos. De oferecer a eles livros e música boa, dar muito carinho e elogio, ficar de olho nos lugares onde eles vão e em com quem saem – um pouco de controle não faz mal a ninguém.


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 141


Nascemos doidas. Por isso somos tão interessantes, é verdade, mas felicíssimas, só de vez em quando, nas horas em que não nos exigimos desumanamente.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 154


(...) você não é tão importante. Ninguém está tão preocupado assim com você, a não ser a meia dúzia que lhe ama de verdade.

(...) Libere-se dessas neuras e olhe em volta: todos têm mais o que fazer do que lhe dar atenção o tempo inteiro.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 158


Não deve ser fácil construir uma relação perene tendo um cotidiano tão frenético: o amor necessita de dedicação. Aliás, não anda fácil construir uma relação perene tendo qualquer cotidiano. A diferença entre as divas e nós é que a vida delas está na vitrine, para nosso julgamento. Nossas dores ficam entre quatro paredes.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 167


Mudanças não significam fragilidade de caráter. É preciso ter uma certa flexibilidade para evoluir e se divertir com a vida


Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 180


O fato de transgredirmos nossas próprias regras só demonstra que estamos conscientes de que a cada dia aprendemos um pouco mais, ou desaprendemos um pouco mais, o que também é amadurecer. Não estamos congelados em vida. Podemos mudar de idéia, podemos nos reapresentar ao mundo, podemos nos olhar no espelho de manhã e dizer: bom dia, muito prazer. Ninguém precisa ficar desconcertado diante de alguém que se desconstrói às vezes.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 180



Desmediocrize sua vida. Procure seus "desaparecidos", resgate seus afetos. Aprenda com quem tiver algo a ensinar, e ensine algo àqueles que estão engessados em suas teses de certo e errado. Troque experiências, troque risadas, troque carícias. Não é preciso chegar num momento limite para se dar conta disso. O enfrentamento das pequenas mortes que nos acontecem em vida já é o empurrão necessário. Morremos um pouco todos os dias, e todos os dias devemos procurar um final bonito antes de partir.

Martha Medeiros  Doidas e Santas, pág 201









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