domingo, 22 de março de 2009

todo o mundo tem seu dia de fúria e um pecado para esconder



Gosto muito de assistir ao programa sem censura da TV Brasil, um dos programas mais inteligentes das tardes da TV, com a também interessante apresentadora Leda Nagle. 
Certa vez, anos atrás,conheci no programa a psiquiatra Ana Beatriz Silva falando sobre TOC [transtorno obsessivo compulsivo].
De uma maneira descontraída o assunto foi me interessando e acabei comprando o livro para dar para meu filho que acabava de entrar na faculdade de psicologia. A partir daí, virei fã de carteirinha e compro seus livros. Admiro a clareza com que expõe os assuntos . 
 Ana Beatriz B. Silva é autora de uma série sobre problemas da mente, que se tornou respeitada em todo país com seus livros: Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas (Editora Gente), Mentes & Manias: entendendo melhor o mundo das pessoas sistemáticas, obsessivas e compulsivas (Editora Gente), Mentes Insaciáveis: anorexia, bulimia e compulsão alimentar (Ediouro) Mentes com Medo: da compreensão à superação (Integrare). Como não vivo sem google, fui pesquisar que época foi aquilo. Resposta exata: março de 2005. 




Tem até vídeo com a reportagem


   

Novamente, numa tarde, num súbito ataque de nervos com a programação de domingo, acabo passando rapidamente pela TV Brasil e vejo o rosto de Ana Beatriz. Volto e vejo que é reprise da semana do Sem censura. Parei ai. Lá estava ela falando sobre seu livro mente perigosa que alerta para o fato de que os psicopatas podem permanecer por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos. 

 “Eles Transitam tranqüilamente pelas ruas, cruzam nossos caminhos, freqüentam as mesmas festas, dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama... Apesar de mais de vinte anos de profissão, ainda fico muito surpresa e sensibilizada com a quantidade de pacientes que me procuram com suas vidas arruinadas, totalmente em frangalhos, alvejadas por esses seres” 


 


 Meu amigo google me ajuda novamente, pois lembro já ter lido sobre o assunto numa revista semanal, mas que na oportunidade o fato não me chamou a atenção. 
A revista era Época [ Edição nº 314] com reportagem do neurologista carioca Ricardo de Oliveira Souza que sinaliza: 

'É gente que nunca foi presa, mas que tem muito em comum com os psicopatas mais perigosos, desde traços de comportamento até o funcionamento de circuitos cerebrais Podem estar nessa categoria tipos como o malandro golpista 171, o sujeito que não tem emprego e vive de rolo, aquele que cultiva amizades por interesse e descarta as pessoas depois de obter o que deseja, o sujeito que vive de explorar a tia velhinha, o executivo inescrupuloso que desfalca a firma. Este último, também conhecido como psicopata corporativo ou do colarinho-branco” “

Adolescentes rebeldes, maridos que não param no emprego, mulheres permanentemente endividadas, jovens que não conseguem concluir nenhum curso. Há 15 anos, o consultório do neurologista carioca Ricardo de Oliveira Souza era a última esperança de famílias às voltas com 'pessoas-problema'. 

O médico conta que seus diagnósticos iniciais eram depressão, transtorno bipolar ou distúrbio de déficit de atenção. 'Cheguei a dizer a uma mãe que o problema do filho dela era falta de limite', arrepende-se. Infelizmente, o veredicto de muitos desses casos é bem mais complexo” (...) É claro que todo o mundo tem seu dia de fúria e um pecado para esconder - uma trapaça no jogo, uma mentira, uma baixaria no trânsito. Estar agressivo e violento é muito diferente de ser agressivo e violento ou, em última análise, um psicopata. 
A doença se caracteriza pela repetição, desde a infância ou há pelo menos dois anos, de atos anti-sociais que lesam os outros, sem remorso nem culpa. 
'O psicopata assassino é frio e calculista, mas o comunitário é afável, agradável, sedutor, carinhoso. A gente consegue reconhecê-lo quando algo dá errado e ele fica agressivo', destaca Oliveira 

Agora a pergunta que não quer calar: Porque escrever sobre isso? Por que agora? Como mulher e brasileira adoro uma novela vejo a personagem Yvone em caminhos da India que é um verdadeiro lobo em pele de cordeiro. O que me inquieta é saber que existem criaturas com essa transitando por ai, leve, livre e solta habitando entre nós. Prestarei mais atenção no afável, agradável, sedutor[a], carinhoso[a] que se torna agressivo quando algo dá errado. Conhece alguém assim?

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