quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Por favor, se você tem problema com alguém resolva com esse alguém.





Arte de Mark Kostaby
 

Existem muitas coisas chatas na vida. Quebrar uma unha. Sorrir com um grão de feijão no dente da frente. Puxar o fio da meia-calça. Ter dor de barriga no meio da madrugada. Sentir insônia. Tropeçar no meio da rua. Se envolver em fofocas. Sentir
ciúme. Mas a pior delas é sentir que alguém está dando uma indireta pra você.


Sou do time se-quer-falar-fala-logo. É bem melhor chegar e dizer logo a que veio. Sem nenhuma máscara ou algo do gênero. Abrir e boca e deixar o coração fazer o resto. Porque bom mesmo é quem fala com o coração.

  Muitas vezes falo sem pensar. É o meu jeito. E sofro. Porque nem todo mundo entende. E nem sempre eu me entendo. Quando vejo, ploft, falei. E não adianta a gente tentar voltar atrás no que disse, pois o que foi dito, foi dito. Não dá pra passar uma borracha. É por isso que eu tento pensar um pouco com meus botões pra não magoar quem gosto. É ruim a gente magoar o outro.
  Joguinhos não são pra mim. Me perco toda. E também não sei mentir. Fico toda errada e começo a rir feito hiena chapada. Nem eu me aguento de tão mocoronga que fico. Por isso, prefiro usar a verdade. Com moderação. Isso mesmo. Verdade moderada. Se eu sei que a verdade vai ferir resolvo guardar ela no bolso. Não tem sentido ferir alguém usando o argumento eu-não-minto.
  Em tempos de internet, as indiretas rolam soltas em redes sociais. É uma chatice sem fim. E o pior é ver a corrida das carapuças: tem gente usando nos tamanhos P, M e G. E se fica apertado eles pedem para trocar. Por favor, se você tem problema com alguém resolva com esse alguém. Seus quinhentos mil seguidores e amigos não têm nada a ver com isso.

  Clarissa Corrêa

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