arte de Igor Morsk
Em algum
momento da vida, o mundo resolveu entender “competitividade” como alguma coisa
parecida com o ditado antigo que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Que
pena.
Eu tenho
a impressão de que esse engano é um dos grandes causadores da miséria em que
nos enfiamos.
No meio
desse equívoco, ser competitivo significa viver contra o outro, querer tudo e
querer antes de todo mundo. Por aí, um batalhão competitivo espera sedento sua
vez de partir para cima, de agarrar a chance com unhas e dentes, de provar seu
valor, de fazer e acontecer. E tudo isso significa “passar por cima” de quem
estiver na frente.
Em
treinamentos e palestras, gurus de auto-ajuda repetem “você é especial porque
foi o único espermatozoide a atingir o óvulo de sua mãe” e outras bobagens. Mas
quase ninguém diz o essencial: “educação, respeito, ética e honestidade deixam
o mundo melhor.”
Sem esses
valores, ser competitivo é uma desgraça! O sujeito competitivo e mal-educado,
desrespeitoso, antiético e desonesto é um monstro. Ponto! Não tem escrúpulos
nem limites. Faz qualquer coisa em nome de suas metas.
Verdade é
que competitividade sem educação está nos transformando em perigosas bestas.
“Sai da frente ou eu atropelo” é o recado.
Nessa disputa
estrábica, a gente aprende a falar inglês, alemão, espanhol, mandarim mas
esquece como dizer “bom dia” no elevador!
“Fulano é
poliglota!”, sabe pressionar, mentir, ofender e chantagear em quatro ou cinco
idiomas! De que adianta?
Empatia,
simpatia, fraternidade e outras joias são consideradas lixo entre os mal
competitivos. Porque “abrem a guarda”. Ser gentil é mostrar fragilidade. O
competidor matador fecha a cara e atropela.
Aqui
entre nós, tão ruim quanto os maus perdedores é o péssimo ganhador!
André J.
Gomes
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