domingo, 12 de junho de 2016

Antes de pensarmos em um mundo melhor para os nossos filhos, será que não é hora de pensarmos em filhos melhores para o nosso mundo?





Arte de Claudia Tremblay


"Hoje, a tolerância é quase zero. As pessoas se estressam por muito pouco, a condescendência virou artigo de museu, a gentileza caiu em desuso.

(...) Me preocupo com crianças que têm como referência adultos que param em fila dupla, passam sinal vermelho, não param na faixa de pedestre, jogam lixo pela janela do carro, não separam o lixo, dão presentes no lugar de presença, humilham o garçom, estacionam na vaga de cadeirante, xingam o porteiro, fazem intriga pelo WhatsApp, espalham mentiras, tentam derrubar o adversário em vez de tentar superá-lo, fazem pouco caso do esforço dos outros, não compartilham, inventam desculpas para suas falhas e para as falhas de seus filhos, não ajudam quem precisa, são estúpidos com os humildes, desencorajam os ousados, trapaceiam, falam mal pelas costas, exigem dos outros o que não fazem, debocham, ludibriam, são desleais, arrogantes e impulsivos.


Nossos filhos são filhos e filhas da era do "Vou te processar", do "Tô pagando pra isso", do "Se não fizer como eu quero, vou procurar outro lugar". Não serão eles, com comportamentos assim cristalizados na memória, que modificarão alguma coisa. É preciso começar agora, começar por nós mesmos.


Antes de pensarmos em um mundo melhor para os nossos filhos, será que não é hora de pensarmos em filhos melhores para o nosso mundo?"


Lisandra Pioner

Nenhum comentário: