domingo, 8 de dezembro de 2013

Me angustio. Perder o sentimento – mesmo falso – de onipotência


 Arte de Carrie Bennett

"Ando inquieto. À medida que envelheço, o porvir se torna previsível. Percebo: não terei forças para mudar o mundo futuro. Não tolero ver a vida se esvaindo. Anseio controlar a inclemência do tempo. Por outro lado, não quero admitir que devo esvaziar-me.

Me angustio. Perder o sentimento – mesmo falso – de onipotência implica em abrir mão de antigos conceitos religiosos. Por anos, repeti: Eu posso. Frase comum em minha juventude. Quanto idealismo! Daí, a indisposição de encarar algumas mortes. Não gosto de sentir dor. Os pontapés da vida, todavia, desnudaram uma verdade inconveniente: os processos de esvaziamento são doloridos e nunca bem-vindos."

Ricardo Gondim

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