domingo, 25 de abril de 2010

Quem sabe?


quem sabe da melancolia da rosa
que solitária cresce no vaso ou no campo?
Quem vê seus espinhos brotarem
tatuando sua carne?
Acaso há espanto quando desfolhada
a rosa geme?
Quem conhece seu silêncio orvalhado?
Quem teme
tocar sua pele com cuidado
sem a lixa das mãos?
Quem já ouviu as batidas do seu coração?

Se o cravo brigou com a rosa
em desalento
não foi essa a razão
do seu desfalecimento
Não é o cravo seu algoz
é quem não lhe reconhece a voz


Úrsula Avner

2 comentários:

Ricardo Mainieri disse...

Existe um grau de transcendência ao se voltar para a Natureza e examinar suas menores reações.
Num mundo atual competitivo e desumano, isto é louvável.
Aproveito para agradecer a visita e gentis palavras.
Aparecça sempre e deixe tuas impressões.
É dá-lhe Grêmio!!!

Ricardo Mainieri

Martha Helena disse...

Quanta honra para uma pobre marquesa...Ricardo Mainieri em meu blog...e Gremista! Uau!