Fui apresentada à obra de Eva Furnari: LOLO BARNABÉ., por Márcia, a amiga “virtureal” que contei no último post.
E pensar que ainda tem gente que diz que orkut é futilidade....Depende para que é usado.
Eu tenho aprendido muito com minhas amigas. Tenho utilizado o orkut, como estratégia de aprendizagem, pois cada um oferece como mensagem , o que é ou pensa., ou o que gostaria de ser ou pensar....
De qualquer forma é uma troca.
Muitos dizem que é para fingir que a solidão não existe; eu acredito, no que li de Jadir Lessa:
“... O outro é muito importante para compartilhar, trocar. O outro é muito importante para a convivência, mas não para preencher a vida, não para dar sentido e significado à uma outra existência. A presença do outro nos ajuda, compartilhando, mostrando a parte dele, dando aquilo que não temos e recebendo aquilo que temos para dar, efetivando a troca. Mas o outro não é o elemento fundamental para saciar a angústia ou para minimizar a condição de solidão."
Se não fosse a Márcia, acha que eu iria ler uma literatura infantil ou pelo menos tomado conhecimento? Claro que não!
[Talvez, se minha formação fosse pedagogia, psicologia ou afins.]
Pois bem, fui buscar conhecer o Lolo Barnabé. [via net, é lógico, na minha cidade não tem livraria...]
Eis que vejo um trabalho de Ana Paula Machado e Ângela da Rocha Rolla, que teve como objetivo analisar a obra de LOLO BARNABÉ, mostrando que nesta literatura infantil, foi utilizado a arte para reflexões sobre a sociedade atual, o cotidiano, ansiedades,expectativas,dificuldades e conquistas.
“Na obra Lolo Barnabé existe a representação da família e da sociedade capitalista, onde os indivíduos são consumidores, no reino das “necessidades”. Os quais são levados a querer sempre as coisas que têm relação, com os usos cotidianos e a satisfação de necessidades, crêem que é impossível viver sem comprar, sem adquirir bens que melhoram a qualidade de vida e a satisfação pessoal.
As personagens representam a família moderna composta por menos pessoas: constitui-se de pai, o Lolo Barnabé, a esposa, chamada Brisa e o filho, Finfo. No início as necessidades eram simples, moravam em uma caverna, sentavam-se à noite em volta da fogueira, alimentavam-se , divertiam-se e agradeciam a beleza da vida. Esta fase representa o início da vida em sociedade e o convívio familiar, quando a convivência era menos problemática e a preocupação limitava-se a sobrevivência.
Com o tempo as necessidades da família tornaram-se inúmeras: uma casa, roupas , móveis, utensilhos. E Lolo Barnabé tornou-se inventor, e a cada nova necessidade um novo objeto era inventado, para o máximo de conforto de todos.
A obra mostra nitidamente que com o progresso da sociedade , a família ganhou em alguns aspectos e perdeu em outros.”
“Filho longe do pai, porque ele precisa trabalhar muitas horas fora de casa para manter a sobrevivência e o conforto de sua família.”
“A mãe, que resolveu trabalhar na oficina para ajudar o marido Lolo Barnabé, para chegarem mais cedo em casa. Mas com os afazeres domésticos, a noite, o casal ficava
irritado, estressado, e enjoado da rotina.”
A Solução: “contratar uma empregada que ganha o “salário mínimo”, para ficar com o filho, inventar o sofá a televisão com o controle remoto para distrair o menino , característica que está presente na família nos dias atuais.”
Eva Furnari, a identificação de nós leitores, não é mera coincidência!
Estamos mais preocupados com o que temos do que como somos.
Estamos mudando o foco e sentido de nossas vidas.
"O mais escandaloso nos escândalos é que nos habituamos a eles."
Simone de Beauvoir
3 comentários:
Martha,ficou perfeito, adorei ter contribuido com vc. Esse livrinho infantil, é mto especial e realmente fala claramente, sobre a nossa substituição de valores essenciais, por valores ilusórios. Felizmente no livrinho eles redescobrem q Ter nem sempre se traduz em sinonimo de felicidade... esperemos q mais pessoas redescubram isso e acabem, mesmo num mundo tão conturbado q SER, ainda vale mto. Um bjão
Nenena,adorei a historia,não conhecia...mas é a realidade que muitos não querem ver.vejo isso la na escolinha,dar o material ,mas muitas vezes deixam de lado o afetivo. e aparte de trabalhar e chegar irritado caiu como uma touca para mim.tentarei mudar. bjão
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