o que já foi escrito não pode ser apagado.
Arte de Sun Yongyin
Aprendi a lidar
Não existe uma borracha para os dias. Desenhamos nossa
história com caneta, no máximo, uma bic quatro cores - o que já foi escrito não
pode ser apagado. Revivemos com carinho as boas lembranças, mas aquilo que
incomoda, geralmente, tende a ser ignorado. Nosso emocional finge não haver
nada ali, mas o racional cedo ou tarde aparece pra cobrar uma posição. Pra
reivindicar cada coisa em seu devido lugar.
Na ausência do famoso “branquinho” pra vida, somos
obrigados a conviver em harmonia com situações, lembranças, características.
Passamos os dias tentando nos equilibrar na linha que separa o “feliz” do “podia
ter dormido sem essa”. O “na mosca” do “teeeente outra vez”.
Até aí, tudo certo. Fica tudo lindo quando os
sentimentos se apresentam nítidos diante dos nossos olhos, cada um exatamente
no seu lugar. Difícil mesmo é quando aparecem os que não se encaixam. Aqueles
que ainda não conseguimos acomodar dentro da gente.
Todo mundo (sem exceção) algum dia, de alguma
forma, precisou aprender a digerir algo que não sabia como. É um exercício
complicado, mas essencial para o bem geral da nação. Da razão ao coração.
Fernanda Gaona
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