sábado, 27 de outubro de 2012

Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto?


" Graciliano Ramos completaria 120 anos neste sábado (27).”
Sua obra foi marcada por um forte teor social


“Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo,embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão. E todos se interessam."

Graciliano Ramos, São Bernardo, 1991: 67
 
"A verdade é que nunca soube quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas ruins que deram lucro."

Graciliano Ramos in S. Bernardo
  
"Já viram como perdemos tempo com padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será?"

Graciliano Ramos in S. Bernardo p. 148

"Cinqüenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo?"

Graciliano Ramos in S. Bernardo p. 181




"Madalena entrou aqui cheia de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo.
Creio que nem sempre fui egoísta e brutal. A profissão é que me deu qualidades tão ruins.
É a desconfiança terrível que me aponta inimigos em toda parte!
A desconfiança é também conseqüência da profissão."

Graciliano Ramos in S. Bernardo p. 181
 

 
 

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