quarta-feira, 28 de abril de 2010

celebrar a vida

 

se eu pudesse moldar as manhãs com minhas mãos de poeta talvez elas tivessem as mesmas cores mas certamente seriam diferentes tiraria delas a pressa do ponteiro das horas e também o cinza dos olhos daqueles que enfrentam as ruas se eu pudesse amassar com minhas mãos o barro das manhãs eu o moldaria ao meu jeito certamente elas teriam os mesmos rostos, seríamos os mesmos a dividir o mesmo espaço mas elas seriam diferentes desarmaria espíritos eliminaria labirintos substituiria muros por pontes e ensinaria a celebrar a vida mesmo que ela amanheça todos os dias pendurada por um mísero fio 

 © Ademir Antonio Bacca

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