sábado, 8 de outubro de 2016

No seu próprio ritmo, cada pedaço de vida do planeta inspirou e expirou nesses últimos segundos.




Arte de  Igor Zenin


O desenho que as nuvens
rabiscaram no céu
ainda há pouco não é
o mesmo deste instante.
A borboleta que passeava entre as flores
acaba de pousar numa delas.
O passarinho que estava no galho
da árvore, agorinha, já voou.

No seu próprio ritmo,
cada pedaço de vida do planeta inspirou
e expirou nesses últimos segundos.

Pessoas nasceram.
Pessoas morreram.
Meu coração bombeou sangue.
Suas pálpebras se movimentaram,
durante o tempo dessas frases.
Vida é movimento.

Ana Jácomo

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