Arte de Elena Dudina
"Bom seria se não tivéssemos de morrer, diz o provérbio tibetano. Mesmo
com as agruras próprias da existência, queremos mesmo é viver – pelo
menos a maioria de nós, na maior parte do tempo. No entanto, o fato
incontestável é que morremos e fazemos isso todo dia, a cada instante. E
quando eu terminar de escrever este texto e você de lê-lo teremos
envelhecido um pouquinho mais, mesmo sem nos darmos conta. A questão,
porém, não se resume a chegar ao fim (seja destes parágrafos, de um
livro, de um curso, de um relacionamento ou mesmo da vida). O que conta
mesmo é o que fazemos de um ponto a outro, entre o início e o que
concebemos como fim.
(...) O desafio agora é rechear com vida o tempo que temos. E para tanto é
indispensável saúde psíquica – o que compreende flexibilidade para se
reinventar apesar das perdas que ocorrem pelo caminho e equilíbrio para
aceitar os ganhos, sem cair na “glamurização” do envelhecimento. Afinal,
qual é a “melhor idade”? Arrisco pensar que seja aquela da qual
desfrutamos da forma mais ampla possível...
(...) Se pudermos incorporar doses de sabedoria e aceitação (que fique claro,
algo muito diferente de passividade) será possível acrescentar
aprendizados e elaborações aos nossos anos – e então, que eles sejam
bem-vindos!"
Gláucia Leal
edição de outubro de Mente e Cérebro
edição de outubro de Mente e Cérebro
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