Arte de Pierre Marcel
A paixão não dura, só
o amor pode ser eterno. Claro que alguns casais conseguem atingir o sublime —
amarem-se apaixonadamente a vida inteira, sem distinção das duas “eras”
sentimentais. Mas, para a maioria, chega o momento em que o êxtase dá lugar a uma relação mais calma, menos tórrida, quando
as fantasias são substituídas pela realidade: afinal, o que se construiu
durante aquele frenesi do início? Uma estrutura sólida ou um castelo de areia?
Martha Medeiros
Martha Medeiros
Quando a paixão
e o sexo perdem a intensidade é que aparecem os outros pilares que sustentam a
história — caso eles existam. O que alicerça de fato um relacionamento são as
afinidades (não podem ser raras), as visões de mundo (não podem ser
radicalmente opostas), a cumplicidade (o entendimento tem que ser quase
telepático), a parceria (dois solitários não formam um casal), a alegria do
compartilhamento (um não pode ser o inferno do outro), a admiração mútua
(críticas não podem ser mais frequentes que elogios) e, principalmente, a
amizade (sem boas conversas, não há futuro). Compatibilidade plena é delírio,
não existe, mas o amor requer ao menos uns 65% de consistência, senão o castelo
vem abaixo.
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