Arte de Dorina Costras
“(...)Olhe para o lado: estamos
vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné,
matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem
emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até
da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre
pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede
lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo
pra sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.(...)”
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.(...)”
Martha
Medeiros
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