sábado, 29 de março de 2014

felicidade é viver exatamente sem pensar se a gente é feliz ou não.



Arte de Gary kapluggin
"Felicidade não é de maneira alguma essa coisa bonitinha, redondinha, fofinha, bem-acabadinha que as pessoas descrevem e desejam umas para as outras, sobretudo quando uma das partes está vivendo uma “fase daquelas”. Expressões do tipo “seja feliz”, “lute pra ser feliz”, “faça tudo que estiver ao seu alcance para alcançar a sua felicidade” podem já ter vendido milhões de livros de auto-ajuda pelo mundo afora mas, até hoje, não ajudaram em nada a melhorar o ânimo de alguém que esteja se sentindo infeliz. Pelo contrário, até contribuem para aumentar o grau de infelicidade da pessoa pois “lutar” para ter felicidade é como tentar boiar na água fazendo força para afundar. 

A razão número um da infelicidade é a “incucação”. E o desejo neurótico de “ser feliz” faz com que essa incucação, aumente mais ainda. Por que é que a gente não pode ser “infeliz”? Por que é que a gente tem que correr atrás da tal felicidade, compulsória e compulsivamente? Mergulhar na merda existencial é tão parte da existência de cada pessoa quanto desfrutar de momentos de alegria e realização. E um não existe sem o outro. Não adianta querer ser feliz rejeitando a infelicidade. 

A dor é um buraco às avessas: quanto mais a gente entra, mais a gente sai. 

A regra simples é não pensar nem em felicidade, nem em infelicidade. 

Viver a vida simplesmente, do jeito que ela está acontecendo aqui e agora, sem juízo de valor, sem julgamento de qualquer espécie. Principalmente, sem aquela “auto-piedade neurótica”, tipo “tadinha de mim”... “olhem como eu sofro”...”vejam como eu sou infeliz”. 

A maior fonte de infelicidade é pensar na felicidade porque felicidade é viver exatamente sem pensar se a gente é feliz ou não. 

Letícia Lanz

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