Arte de Gary kapluggin
"Felicidade não é de maneira alguma essa coisa bonitinha, redondinha,
fofinha, bem-acabadinha que as pessoas descrevem e desejam umas para as
outras, sobretudo quando uma das partes está vivendo uma “fase
daquelas”. Expressões do tipo “seja feliz”, “lute pra ser feliz”, “faça
tudo que estiver ao seu alcance para alcançar a sua felicidade” podem já
ter vendido milhões de livros de auto-ajuda pelo mundo afora mas, até
hoje, não ajudaram em nada a melhorar o ânimo de alguém que esteja
se sentindo infeliz. Pelo contrário, até contribuem para aumentar o
grau de infelicidade da pessoa pois “lutar” para ter felicidade é como
tentar boiar na água fazendo força para afundar.
A razão número um da
infelicidade é a “incucação”. E o desejo neurótico de “ser feliz” faz
com que essa incucação, aumente mais ainda. Por que é que a gente não
pode ser “infeliz”? Por que é que a gente tem que correr atrás da tal
felicidade, compulsória e compulsivamente? Mergulhar na merda
existencial é tão parte da existência de cada pessoa quanto desfrutar de
momentos de alegria e realização. E um não existe sem o outro. Não
adianta querer ser feliz rejeitando a infelicidade.
A dor é um buraco às
avessas: quanto mais a gente entra, mais a gente sai.
A regra simples é
não pensar nem em felicidade, nem em infelicidade.
Viver a vida
simplesmente, do jeito que ela está acontecendo aqui e agora, sem juízo
de valor, sem julgamento de qualquer espécie. Principalmente, sem aquela
“auto-piedade neurótica”, tipo “tadinha de mim”... “olhem como eu
sofro”...”vejam como eu sou infeliz”.
A maior fonte de infelicidade é
pensar na felicidade porque felicidade é viver exatamente sem pensar se a
gente é feliz ou não.
Letícia Lanz
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